quarta-feira, 26 de novembro de 2008

02. É HORA DE DAR O ÚLTIMO ADEUS - Parte 2

Cristóvão foi o primeiro a ler a mensagem em seu telefone. Estava em um campo de sem-terras em algum lugar do país; e, no meio de uma chuva não muito forte,  percebeu que já era hora de voltar para casa. Ninguém ao seu redor havia percebido sua tristeza, pois suas lágrimas se confundiam com a água da chuva em seu rosto. Filipo estava a caminho da Índia, no aeroporto, esperando seu vôo. Ia tirar muitas fotos para o catálogo de uma grife famosa. Ao saber do final tágico do amigo, ligou para seu agente. Micaela estava se preparando para algo fabuloso, acho que um encontro com alguém especial... Mas o seu passado a chamava de volta.

As horas, os minutos e os segundos passaram com uma inacreditável velocidade para algumas pessoas. Já para outras, o tempo parecia não passar. E mesmo assim, chegava a hora de dar o último adeus. No cemitério, estavam os familiares, os conhecidos e os amigos se despedindo. Samuel, ao lado de Olívia, estava pronto para dizer algumas palavras. Respirou forte, e olhando ao redor, viu quando Micaela, Cristóvão e Filipo chegaram, ao mesmo tempo. Era algo inacreditável os três chegarem no mesmo instante. Então, Samuel começou a ler os trechos do texto favorito de Erik:

"Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas. Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou. Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcaram, que mexeram com a nossa existência em algum instante. Provavelmente iremos pela a vida a fora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem. (...) Serão detalhes que guardaremos dentro de nós... Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia... Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal, uma palavra amiga num momento preciso. Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital. Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de existir por puro fracasso. Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo. (...) Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos."

E naquele momento, o resto da vida desses amigos estava apenas começando. Era um reencontro que se iniciava num momento improvável. E a história está apenas começando...

5 comentários:

Aline Cristina. disse...

Pois é, a história apenas está começando...

Vc poderia ser roteirista de filmes, sabia ?

Beijos !!!

Srtª Alcântara disse...

Nossa! Que formato bacana! Nunca tinha visitado um blog assim! Gostei!

^^

Anônimo disse...

Muito bom, está de parabéns!

Renata disse...

Texto mto legal....
Amei...
Da uma forcinha ai...
http://renata-vcpodetudo.blogspot.com

marcos leite disse...

Oi,gostei de teu blog,interessante!


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